segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Tradução Génica é alvo de pesquisa sobre a Doença de Huntington

A doença de Huntington, descrita pela primeira vez em 1872, é uma doença hereditária de fundo genético que afecta cerca de 5 em cada 100.000 pessoas e que leva ao declínio cognitivo, à demência e eventualemente à morte. É determinada por uma mutação num alelo autossómico dominante do cromossoma 4 que ocasiona a malformação da proteína Huntingtin (Htt). Esta proteína mutante (designada habitualmente por mHtt) é tóxica para algumas células do corpo humano, nomeadamente os neurónios, e danifica progressivamente diversas áreas do cérebro. Por se tratar de uma mutação genética, ainda não foi possível o desenvolvimento de uma cura definitiva para a doença.

Contudo, uma pesquisa internacional recente levantou novas e importantes informações os mecanismos por detrás desta e de algumas outras doenças neurodegenerativas. Com o auxílio de organismos simples, como as leveduras Saccharomyces cerevisiae (utilizadas largamente no processo de fermentação do pão), o estudo descobriu novos possíveis problemas ao nível da tradução genética da proteína Htt.

Com estas descobertas, o estudo possibilita o desenvolvimento de novos meios - e novas esperanças - para melhores tratamentos. Trabalhos recentes indicam que a modulação química da tradução, intermediada por fármacos específicos, pode vir a concretizar uma cura para a doença de Parkinson. Assim, esta pesquisa sugere que um tratamento químico semelhante pode também ser desenvolvido e aplicado à doença de Huntington.

Na equipa envolvida, participaram também cientistas da Universidade de Lisboa, lidaderados pelo Dr. Tiago Outeiro, com um importante contributo para o produto final.

"Estes estudos vão permitir avanços muito mais rápidos, que podem eventualmente levar à descoberta de novas terapias." explicou o Dr. Outeiro. "Estou convencido que um dia iremos perceber tudo o que se passa a nível celular para que se desenvolva estas doenças, e poderemos também interferir e prevenir a sua ocorrência."

1 comentário:

  1. Desconhecia estes novos desenvolimentos no paradigma científico actual que, ironicamente, começa a ser passado.
    São, sem dúvida, notícias importantíssimas para toda a comunidade científica e não científica, deixando a esperança de que novos resultados positivos se avizinhem.

    Quanto ao blogue, continuem com o vosso trabalho e a publicar novas descobertas e novas teorias, pois só beneficiam a sociedade interessada que com muito apreço lê, atentamente, o que publicam.

    Keep working!

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